Boa parte dos meus alunos, estão levando uma surra para conseguir entender a bendita relação entre Acetilcolina e a Acetilcolinesterase, mas não há segredo algum. Vou descrever pela porrilésima vez, como ocorre a interação Acetilcolina/Receptor e explicar denovo o que a Acetilcolinesterase tem a ver com isso. Vamos lá...
A Acetilcolina é um neurotransmissor liberado pelo terminal nervoso quando o corpo necessita de estímulos específicos, na maioria das vezes, contração muscular, mas também pode ser relaxamento.
O terminal nervoso, libera a Acetilcolina na fenda sináptica, ela difunde-se até a célula pós-sináptica e se liga a proteínas de membrana especiais, chamadas receptores. Quando a Acetilcolina se liga ao receptor, ela o ativa, por isso ela é chamada de Agonista, logo, uma substância que se liga ao receptor e não o ativa é um Antagonista (depois eu explico melhor a relação entre esses termos).
Depois dessa ativação, ocorre a resposta, que dependendo do receptor ativado, pode ser uma excitação ou inibição. Em relação a musculatura, os receptores nicotínicos, coordenam a contração do músculo estriado, e os muscarínicos coordenam a contração do músculo liso e o relaxamento do cardíaco (outro dia eu me atento a explicar os receptores).
O caso é o seguinte, presa a membrana da célula efetora, encontra-se uma proteína, que é capaz de hidrolisar rapidamente a Acetilcolina... imaginem, é a Acetilcolinesterase Bahhh!
Assim que ativa o receptor, a Acetilcolina rapidamente se desliga dele, e a Acetilcolinesterase aproveita para quebrá-la em Colina+Acetato, feito isso esses dois são transportados novamentre para dentro da célula pré-sináptica, aí são unidos novamente em Acetilcolina para serem liberados e... blá, blá, blá então o ciclo continua.
A Acetilcolinesterase é tão poderosa, que apenas 10% de toda a Acetilcolina liberada, consegue se ligar a um receptor, o restante é logo hidrolisado pela enzima. Apesar da relação entre essas proteínas não serem das mais complicadas, a dor de cabeça que causa na cuca dos alunos é terrível, pois... imaginem se inibirmos a Acetilcolinesterase... Ganha um pirulito quem adivinhar o que acontece!!!
Com o conhecimento da Neurofisiologia, podemos modular esses acontecimentos de acordo com nossa vontade, e assim surgiram os Anticolinesterásicos, que apenas cortando o efeito da Acetilcolinesterase são utilizados no tratamento de várias patologias como: Glaucoma, Miastenia Grave, Doença de Alzheimer, Retirar clientes da paralisia induzida por anestésicos durante um procedimento cirúrgico, entre outras coisas...
Eu iria falar sobre os Anticolinesterásicos agora, mas to com preguiça... Fica pra próxima!