Assis, Machado, Quincas Borba, terceira edição
Alguns dias atrás, a minha querida/professora/orientadora/química/engenheira civil/eletrotécnica/mestre em farmacologia/doutorada em química/pós doutorada em toxicologia, disse que era pra eu arrumar um livro de química geral bem antigo (porque os novos são para analfabetos funcionais, pois não tem cálculos), eu tinha que ler, aprender em uma semana ou duas pra gente começar a discutir as formulações moleculares das drogas que estamos testando no laboratório, o livro de química orgânica, ela mesmo iria me dar um da sua coleção particular.
Muito que bem! O caso é o seguinte, desobedecendo uma ordem superior, eu vou até uma biblioteca e pego um livro de química orgânica atual (fico encucado com os livros antigos, por causa da atualização), no sábado passado, ela o viu e torceu o nariz, me explicando mais ou menos porque o livro era ruim e eu fui obrigado a concordar com ela (tinha um monte de figuras para entretenimento, mais os cálculos que é o que interessa mesmo, nada).
Com muita boa vontade, ela se ofereceu a ir comigo até uma biblioteca de uma instituição de ensino superior (não direi o nome, porque a ocorrência foi lá), pediu para eu fazer uma procura eletrônica digitando o nome química, como o esperado, apareceram uns mil livros com esse título, então ela foi eliminando um por um pelo nome do autor, escolheu um de sua confiança e me mandou pedir ao atendente.
Estou eu esperando o rapaz pegar o livro, quando ela começa a rir de maneira esquisita, quando chego em frente ao computador, ela está rindo/furiosa e apontando para a tela em determinado título: Química Borba. Franzi a testa em sinal de quem não estava entendendo, então ela mandou eu reparar em quem era o autor, me deparei com o seguinte nome: Assis, Machado.
Neste momento, notei realmente que alguma coisa estava muito errada, conhecia Machado de Assis, e sei que ele não é químico. Na minha imensa ignorância (lê-se burrice), demorei a associar o nome com a pessoa e exclamei igual a um idiota. Hááá QUINCAS BORBA! Nesse momento não aguentei segurar o riso.
Ninguém merece isso, o pessoal que cadastra os livros da biblioteca, pode não entender de autores de química, mas aí a não saber que Machado de Assis não é químico. Com certeza houve confusão na hora de colocar no sistema, mas é óbvio o erro e já deveria ter sido observado e devidamendte corrigido.
E o pior não é isso, ela anotou as informações do livro, levou ao balcão, explicou ao cara, ele olhou no sistema e continuou insistindo que não havia nada errado, que era aquilo mesmo...