Terça-feira, 2 de Outubro de 2007

pH Vs pKa

Grau de ionização do fármaco... ninguém merece (nem acredito que estou postando sobre isto).


Todo estudante que vê um pouquinho de química na academia (principalmente se tem algo a ver com medicamentos, Hááá... de volta a lendária Farmacologia, pedra no sapato do pessoal das biomédicas), fica meio enrolado com essa coisa. Afinal, são tantas siglas e pês e kas que ficamos zonzos, quando não abandonamos a disciplina por achar que está difícil demais (acreditem, já vi bastante gente abandonar farmaco antes da primeira prova).

 

 

 

Mas afinal de contas o que são essas malditas letras?

 

 

 

Muito bem, já expliquei antes o que é o pH, mas para quem não lembra (ou está com preguiça de clicar aqui), vou fazer uma breve revisão:

 

 

 

pH: É o que chamamos de potencial de Hidrogênio. É apenas uma medida que diz se a substância tem pouco ou muito H+ e a classificação a que ela pertence, de acordo com o pH. A escala do pH vai de 1 à 14, sendo que 7.0 é considerado neutro (água), de 7.1 à 14 é básico (sangue) e de 1.0 à 6.9 é ácido (leite... é o leite é ácido). Bem facinho, não?


pKa: Essa é a parte onde o pessoal se complica, na maior parte das vezes, simplesmente porquê ridiculariza os conhecimentos de bioquímica adquiridos no primeiro ano (isso quando se importa de aprender bioquímica de verdade). O pKa, é torna-se fácil de entender quando se tem uma visão clara do pH em relação ao meio; por definição o pKa é assim: pKa é o pH onde o fármaco é 50% ionizado e 50% não ionizado. Parece difícil, mas não é; veja bem. O Ácido Acetil-Salicílico (se não me engano, é a famosa Aspirina), tem o seu pKa igual a 3.5, então quando você toma um comprimido disso, se o seu estômago estiver com um pH exatamente igual a 3.5 (o normal é de 1.4), metade das moléculas de Aspirina vão ficar carregadas e metade vão ficar sem carga (50% ionizado e 50% não ionizado).


Sei que parece meio complicado, mas aí vão os macetes. Primeiro se ligue sempre na classificação da substância, se ela é ácida ou base, pois você precisa ter em mente uma coisa muito importante: Quanto mais uma substância ácida for para um meio básico, mais ionizado ela vai ficar e consequentemente, quanto mais ácido for o meio, menos ionizado ela fica. A recíproca é verdadeira, se uma substância básica for colocada em um meio ácido, mais ionizado ela fica, e quanto mais básico for o meio, menos ionizado ela fica.


Quando  termino de explicar isso aos alunos, eles me olham com aquela cara de "Não estou entendendo nada", então escrevo assim:


Ácido em Base fica ionizado

Ácido em ácido fica não-ionizado


Base em ácido fica ionizado

Base em Base fica não-ionizado


"Hááááá...!" é o que eles dizem, "pois é" é o que eu digo.

Segundo macete, o pKa não classifica a substância com relação ao pH. Então o Ácido Acetil-Salicílico não é um ácido por causa que o seu pKa é 3.5, ele é um ácido porquê essa é sua característica química e ponto. Quero dizer que existem substâncias ácidas com pKa maior que 7.0 e substâncias Básicas com pKa menor que 7.0. Então sempre olhe sua classificação.

Aprofundando-se um pouco mais, vamos descobrir que o grau de ionização, vai aumentando ou diminuindo de acordo com a aproximação aos extremos da escala de pH, sendo que o 1.0 e o 14 representam 100% de ionização ou 100% de não-ionização.

É assim, vou usar o exemplo acima. Se o Ácido Acetil-Salicílico, que tem um pKa de 3.5 estivesse em um meio de pH 3.5, ele seria metade ionizado e metade não ionizado. Mas ele sendo um ácido e pela regra de ácido em ácido fica não-ionizado, se o colocásse-mos em um meio de 1.5, ele perderia carga e ficaria mais não-ionizado (talvez 80% não-ionizado e 20% ionizado). Se o meio tivesse o pH igual a 1.0, ele ficaria 100% não-ionizado. A mesma coisa vale para um meio básico, quanto mais uma substância básica for para um meio perto do 14, mais não ionizado ela ficará e quanto mais o meio estiver distante do 14, mais ionizado ficará.

Parece besteira ter de entender isso, mais o grau de ionização do fármaco é importante ser levado em conta tanto na hora da fabricação, prescrição e administração do medicamento, pois, como cada parte do corpo tem um pH diferente, as substâncias químicas reagem de maneira diferente de acordo com o meio.

Outro dia eu explico os outros fatores que influenciam na interação das drogas com o corpo...
O que o Sapo pensava enquanto postava: Que assunto legal... (não tô me reconhecendo)
Como o Sapo estava ao postar: Epidemiologia tenho de estudar
Publicado pelo Sapo mesmo: Sapo às 17:30
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Quinta-feira, 21 de Junho de 2007

Farmacologia gera traumas

Está provado, farmacologia realmente gera traumas, aliás eu mesmo fiquei traumatizado por um tempo mas... consegui; eu consegui aprender farmacologia e estou me tornando o herói da turma.

     Hoje e ontem foi muito bom, comecei a dar aulas de verdade para algumas pessoas da minha turma, a princípio todos nós ganhamos com isso, eu porque quero fazer a terceira prova, apesar de ter passado direto pretendo aumentar a minha nota (depois da vergonha que eu fiz na primeira prova quando tive que olhar para aquele 5,4 (isso porque eu chorei com a professora e ela considerou uma resposta me dando mais 4 décimos - a princípio era 4,5 aumentado desta forma para 4,9 - com mais meio ponto que tinha por resolver uma questão em aula (sobre ionização) acabei ficando com o bendito 5,4 (sapos!!!). Mas tudo bem, na segunda prova mostrei a todo mundo quem eu sou, mandei um 10 que deixou a turma inteira de boca aberta, com isso pediram para que eu ajudasse a turma, pois bem, eu realmente entendi muito bem a matéria da segunda prova e estou fazendo o possível para ensinar da melhor maneira e eles têm gostado bastante, estão pagando a minha passagem e está rolando um lanche (e a Rosana disse que vai me dar R$ 20,00 para eu vir ensinar no sábado, o chato é que vou ter que faltar no pré-vestibular... mas eu faço um esforço). O caso é que esta estória de ser professor está começando a dar lucro, muito bom depois de todo o trauma que a farmacologia gerou na minha turma, tinha de ter algo de bom nela mesmo. Bem o negócio é que eu nunca temi e nunca implorei tanto a Deus para passar em uma disciplina como essa, e ela acabou me dando uma incrível oportunidade para testar meus conhecimentos e minha vocação para dar aulas.

Esse vídeo mostra claramente o que eu e a galera da minha turma fazia durante o teste de farmacologia (e depois não sabem porque farmaco é a disciplina que mais reprova na biomédica)

 

                 

 

 

 

Como o Sapo estava ao postar: Orgulhoso
O que o Sapo pensava enquanto postava: Começar a ganhar dinheiro
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Publicado pelo Sapo mesmo: Sapo às 20:15
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